Rio Jaguaribe com dunas de Canoa Quebrada ao fundo, vista da cidade de Fortim

Hoje, cedo ainda, mesmo já quase atrasado para a labuta diária, ainda insisto em ler a edição digital do jornal O POVO, aqui da minha terrinha.

Nela, deparo-me com (mais) uma bela crônica (Falando de Poesia) do poeta/colunista/médico Airton Monte, em que fala sobre sua relação de intimidade e paixão pela poesia e sobre perdas. Sem que o saiba, o colunista, por citação em sua crônica, remete-me à lembrança de um velho amigo comum, que de há muito não vejo, o também ótimo poeta Luciano Maia, parceiro/padeiro de muitas estripulias na velha e inesquecível PADARIA ESPIRITUAL*.

Citava, o colunista, trecho de uma poesia deste último, intitulada “Perda” e que passo a dividir com vocês:

PERDA

”Eu perdi um poema e o nome dela
ficou no mar da mais remota ilha
permaneceu-me essa perda e ela
a quase adivinhada maravilha,
não alcançada por palavras, frases
só lembradas a meio, a confissão
que eu mais queria ter-lhe oferecido.
Eu perdi um poema para sempre”

Luciano Maia

Pois bem, ao ler tão sensíveis palavras, relembrei, também, com enorme sentimento de perda, de velhos tempos em que, na Padaria Espiritual*, e sob o efeito de dosagens apaixonadas de scotch, divagávamos sobre todos os assuntos que se pode discutir.

Relembrei dos festivos lançamentos de seus livros e da paixão por sua região natal, o Jaguaribe, de famoso rio de idêntico nome, tido como o maior rio seco do mundo.

Lembrei, ainda, a propósito de tal fama (do rio), de trecho de uma de suas poesias, lavrada quando as chuvas, raras na região, começaram a se fazer presentes e meu poeta, com seu talento e sua sensibilidade tascou, entre uma dose e outra:

“O tempo já não te proíbe/banha o teu leito, Jaguaribe” Idem

Há muito não tenho contato e sequer notícias de meu velho parceiro/padeiro. E isto, para mim, é também uma enorme perda!

Só que não tenho o talento de nenhum destes dois vates para transformar isto em poesia.

Resta-me, assim, apenas, a saudade!...

(*) Bar tradicional e boêmio de Fortaleza, em homenagem a antigo movimento cultural que gerou "jornal" de mesmo nome (Ambos, hoje, inexistentes!) onde nos reuníamos quase todos os dias, para jogarmos conversa fora e muito scotch!

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